O futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciou no início da tarde desta terça-feira o nome do atual superintendente da Polícia Federal no Paraná, Maurício Valeixo, para comandar a corporação a partir de janeiro.
Ele tem a missão de fortalecer a Polícia Federal para que ela possa direcionar suas investigações, principalmente com foco em corrupção e crime organizado. Esse é um grande desafio, são dois problemas sérios que nós temos hoje em dia, mas ele é uma pessoa plenamente capacitada para realizar essa tarefa — afirmou Moro.
Valeixo era o principal cotado ara assumir a chefia da PF por sua proximidade com o ex-juiz federal no âmbito da Lava- Jato em Curitiba.
Moro ainda ressaltou que conversou com o atual diretor-geral da corporação Rogério Galloro e disse que ele será convidado a ajudar no Ministério da Justiça em sua gestão, sem detalhar qual deverá ser o cargo. O nome de Galloro chegou a figurar na lista para o comando da PF. Mas, nos últimos dias, cresceram os rumores de que o preferido de Moro seria Valeixo.
Conversei com Galloro, agradeci a ele pelos serviços prestados e pretendo convidá-lo a ajudar em alguma função no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ele não sai por demérito nenhum, mas convidei o Maurício Valeixo que foi superintendente da PF no Paraná durante parte da Lava-Jato.
A delegada Érika Marena, uma das coordenadoras da primeira fase da Operação Lava-Jato em Curitiba, vai chefiar o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça. Érika atuou até 2016 na Lava-Jato, tendo sugerido o nome da operação, e também na polêmica Operação Ouvidos Moucos, que levou ao suicídio do ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina Luiz Carlos Cancellier.
Sempre afirmei que seria um tolo se num aproveitasse pessoas que não trabalharam comigo, especialmente no âmbito da Operação Lava- Jato, porque essas pessoas já provaram tanto a sua integridade quanto a sua eficiência — afirmou o futuro ministro.
Ex-diretor de Combate ao Crime Organizado, Valeixo está, pela segunda vez, à frente da Superintendência da PF no Paraná. O delegado também já foi diretor de Inteligência e adido policial nos Estados Unidos. Discreto, o delegado sabe mandar sem fazer barulho. Não por acaso, passou ileso pela polêmica sobre ” o solta-não-solta” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho deste ano, embora, na condição de superintendente, fosse centro da queda-de-braço entre os magistrados que atuaram no caso, entre eles o próprio Moro.
Valeixo também conta com a simpatia de boa parte dos delegados que atuam na Operação Lava-Jato. A expectativa desses policiais é que, com Moro na Justiça, e Valeixo na diretoria-geral, a máquina de operações de combate à corrupção da PF voltaria a funcionar em plena carga.
Fonte: Jornal Extra